Em homenagem ao Dia do Psicólogo, convidados uma para falar aqui no nosso blog! A Letícia Aguilar é Psicóloga e Coach, com mais de 10 anos de experiência com RH. (@leticiaaguilarpp), e falou um pouco sobre a principal competência de um profissional de RH. Quer saber qual é? Continue a leitura!
Se te perguntassem qual a principal ferramenta de trabalho do profissional de Recursos Humanos você saberia responder? Muitos poderiam dizer que é o computador, afinal esses profissionais estão sempre sentados atrás de um em suas salas.
Mas será essa a resposta correta?

Quem trabalha com RH sabe que o computador é uma parte importante de seu trabalho e provavelmente indispensável com todos os sistemas que felizmente foram inventados para facilitar o seu trabalho.
Mas quando se fala de trabalhar com pessoas, o computador pouco faria sem uma mente perspicaz e dotada de várias competências por trás dele.
Como a rotina desses profissionais é tão corrida e envolve tantos processos, fica difícil elencar ferramentas por ordem de importância. Então vamos limitar um pouco mais o campo de busca, ao invés de ferramenta, vamos chamar de competência.
Competência importante do profissional de Recursos Humanos
Poderíamos falar que é a resiliência? Essa apontada, inclusive, como pré-requisito importantíssimo para se trabalhar com Recrutamento e Seleção.
Esse profissional precisa ter a capacidade de começar processos do zero, quase que diariamente, assim como pensar novas formas de fazê-lo e fontes que ainda não utilizou (sair da caixa, como dizem) e ser flexível.
Você pode pensar: “Nossa, mas são mais de 13 milhões de desempregados no Brasil hoje, não deve ser tão difícil fazer um anúncio, receber currículos, avaliá-los, fazer entrevistas e fechar uma vaga”.
Mas é aí que você se engana. São tantas coisas por trás de um processo que parece tão simples. E complica ainda mais se você presta serviços de seleção para empresas, pois a expectativa encima do trabalho é muito maior, afinal estão pagando para que você selecione exatamente o que estão pedindo. E justamente por isso, dificilmente alguma coisa será flexibilizada.
Posso fazer esse tipo de afirmação com muita propriedade, pois vivi os dois mundos. Trabalhei dez anos com recrutamento e seleção, metade desse período como RH interno em indústrias e multinacionais, e a outra metade em consultoria, prestando serviços de seleção.
Posso dizer que sem a tal resiliência, esses dez anos não teriam passado de dois. Se você não é de RH, deve estar se perguntando: Para quê tanta resiliência?
Mas vou responder rapidamente: resiliência para ouvir vários nãos, tanto de gestores quanto de candidatos e não desistir. Recomeçar o mesmo processo várias vezes e sempre com energia, pois a entrega é sempre para ontem enquanto o processo está em suas mãos, mas depois que você entrega seus candidatos, corre o risco de perdê-los pela demora dos responsáveis pela palavra final.
Mas qual seria a principal competência do profissional do RH?
Não há dúvidas de que a resiliência é fundamental, mas principalmente pelo bem estar, saúde física e mental, além da continuidade do profissional na área. Entretanto, quando se fala de estar em campo realizando o trabalho, acredito que haja uma competência ainda mais importante.
Uma das principais, se não for a principal, competência de um profissional de recursos humanos é a escuta. Você pode pensar: Então basta dois bons ouvidos e pronto! Não necessariamente!
Eu me refiro aqui à escuta atenta, que é quando você realmente escuta, compreende, acolhe se for preciso e absorve o que foi dito. Resume-se a realmente a estar presente no momento em que o outro fala.
Se você tem uma escuta atenta, não é necessário formulário de perguntas para uma entrevista por competências.
Quando você realmente escuta, sem perder o foco para julgar ou prestar atenção a detalhes alheios à fala, uma simples pergunta como “conte-me sua trajetória profissional”, vem com a resposta recheada de demonstrações de competências.
Vantagens da escuta atenta
Quando você realmente está prestando atenção, a pessoa conta seus desafios, trajetória, cases, e você consegue identificar se ela usou da ética, negociação, jogo de cintura, resiliência, rápida aprendizagem, comunicação, pensamento estratégico e seja qual for a competência buscada no perfil.
A escuta atenta poupa tempo e torna a entrevista leve. Essa competência é desenvolvida diariamente.
Também é necessária escuta atenta quando alguém chega ao RH para reclamar, desabafar, cobrar, se desligar, o que for. Só assim é possível realmente ser um RH acolhedor e que capta e entende as reais causas dos problemas que surgem e não se prende a julgamentos pessoais.
Nas entrevistas você desenvolve essa competência quando ouve sem ficar pensando no que tem que perguntar a seguir, pois a melhor pergunta vai surgir do diálogo que você escuta de forma atenta.
E assim sua entrevista vai se tornando cada vez mais única, distante dos clichês ensinados pelos “especialistas” e eficaz. Seus acertos aumentarão drasticamente.
Os imprevistos vão deixar de acontecer em suas seleções? Jamais, mas vão diminuir! Mas o bom é que sempre trarão um aprendizado. E quando se trata dos infelizes imprevistos, não podemos esquecer que você que trabalha com RH também tem muita resiliência para saber lidar com eles e começar de novo, quantas vezes forem necessárias.
Então, se você ainda se prende a roteiros e questionários, que tal começar a praticar sua escuta atenta? Tenho certeza que fará diferença em seus resultados! Garanto que ela também faz grande diferença nos círculos de amizade e familiares. Vale a pena desenvolvê-la diariamente, não só para o trabalho, mas para a vida.
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